sábado, 2 de fevereiro de 2008


amor enluarado



Veio a lua rasgando para me chamar.
Mostrava na janela coisa bonita de se ver.
Por enquanto era só folha, que virou flor.
Que foi meu fruto, que virou um amor.
Um amor de lá.Que caiu cá.
Na paz das águas boaiva a flor.
Navegou e veio me perfumar.
No galho da saudade nascia amor.
Rasgou a lua nocéu e caiu no cheiro do Mato,
Nas asas de um pássaro, na rede, na voz de um cantor.

Veio o véu noturno.
Me cobrir com um manto.
De um garoto soturno.
Que me encheu de encantos.
Veio ligeiro num canto.
De sabiá e beija-flor.


Veio o luar.E me fez despertar...
Para a cantiga do acordar.
Acordar para vida.
Para os frutos do sabor.
Os perfumes da doce flor.
O mel da selva.
O sexo da relva.
Uma vida estradera.
Um banho de cachoeira.
Ao luar...
CONHEÇAM O TRABALHO DO GUPO TARUMÃ, ESTES MENINOS SÃO MUITO CRIATIVOS, CANTANDO UMA CULTURA DE RAIZ AMAZÔNICA.

http://www.youtube.com/watch?v=5OJnfd5XkI0

Nada me pertence


Nada me pertencertence, hoje com isto tenho calma.
Nem meus cabelos...
Nem seu coração, nem minha alma.
Nem meus pêlos, não adianta apelos.
Nada pertence deste destino descontrolado.
Que navega pelo tempo.
Chora o amor não vivido e pisa em campo minado.
Ainda guarda o efeito da juventude em pensamentos.
E pensa ser, como era no passado.
Um olhar me diz:
Não és mais como era antigamente.
Mas ainda sei fazer alguém feliz.
Mais ainda, porque sou mais inteligente.

Vim navegando os mares da agonia.
Também passei pelos mares do prazer.
Vim desabafando as dores na poesia.
Vim vivendo o que de alegria teve em meu viver.
Nada me pertence, nem nunca pertenceu .
Nem meus filhos, nem meus homens, nem minha vida.
Mas navego em mares do meu eu.
Sabendo que quem eu amo ainda,não ser um objeto meu.

Não nasceu pra satrisfazer meus desejos.
Ando sempre a me doar.
Isto é amar, paixão deseja receber os afetos e beijos.
Amor deseja somente dar.
Nada me pertence
Mas algo é muito meu, mesmo sem me pertencer.
É este amor que não vence.
Sentimento de bem querer.