domingo, 29 de setembro de 2013

Amor louco dura pouco


Este louco me ama... Mas não sabe o que fazer ao amor...
Só sabe deitar fora... Como labirinto de dor...
Trata como injeção letal, até o aperto de mão
Sou seu perigo biológico, sou uma arma química pulsante na explosão.


Arde-me no peito, em fogo e eu, calejada..
De te ver falar de amor sem jamais fazer nada...
Como cachorro que corre atrás da própria cauda...
Fica no virtual fingindo, e no real, uma vida de nada...

Torno-me desajeitada, maria das dores de desejos e receios,
Pulso, e cadê você? Lampejos e anseios
Livrei-me de suas garras, para pousar noutro lugar...
E peguem e lhe façam melhor proveito deste seu faz de conta de amar...

O Amor em mim é, soneto,silêncio,sinfonia...
Um nado relaxante...uma ânsia
De encurtar a distância
Uma chuva na terra molhada com rosas e espinhos, a nova melodia...

Você distante, é sempre uma fuga anunciada.
Eu durmo, você me desperta, então... Desperto você foge...
Quando você me chega, não sou mais eu.
O meu amor vira silêncio de pedra... E um raro clamor à Deus...

Cleide Regina Scarmelotto (Escritora e Poeta)



Fugindo do amor...



Para onde fomos quando nós fugimos um do outro?
Onde é que nos escondemos? Num eterno refrão na canção catapimba?
Num amor por favor,deteste-me, pois quero a liberdade de ouro...
Nos escondemos numa ciranda de pedras, ou nos afogamos numa cacimba?

Será que quando fugimos do nosso amor,
preferimos ficar feito criança semi cega a tatear
Os óculos espatifados ao chão?
A lamentar a mãe perdida no meio da multidão...


Para onde é que nos escondemos?
Quando deste amor fugimos?
Nos escondemos na fragilidade e secura, aridez?
Ou num desmaio, punção lombar, parada cardíaca, no mundo da insensatez?

Será que finge que é homem?
Será que finge que ama?
Será que diz algo quando some?
Olhos nos olhos a quem pensa que engana?

Cleide Regina Scarmelotto (Escritora e Poeta)



O que te resta ?

O que te resta ?

O que te resta ?
Senão as noites no computador...
Cócegas no lugar do tesão... mil tediosos domingos...
Na tela fria do computador, sem carinho nem amor...
A frustração que te torna agressivo... 

O que te resta ? 
Homem que finge bondade?
Comportamento estranho, querer jovem casada...
Implorando ridiculamente uma curtida...
E aventura sem compromisso,
Uma paixão arrebatadora, e um sexo ligeiro...

O que te resta ?
A não ser fazer papel ridículo, atrás de uma ilusão...
A falta de capacidade de amar... A falta de coração...
As implicâncias,escândalos, encrencas... E dinheiro pra guardar...

O que te resta?
Velho mesquinha... Costas dadas de sua mártir mulher,
Mártir, por ter capacidade de te suportar,
Tua bipolaridade,neurose, suas rugas, seu passado,
Que nunca mais vai voltar...

O que te resta?
Conforto morno das coisas conhecidas...
Vida sexual fútil e vazia, e remunerar muito bem linda companhia...
Palavras sem surpresas, na linha derradeira do seu tempo perdido...
Restam horas mortas, dormir? Para onde foi seu sonho?
resta seu amor ao dinheiro, sua avareza, sua amargura,
O sobressalto antes da queda de seu membro víril, a tontura...

O que te resta?
A voragem indecente das cantadas que passa
Em meninas jovens e recém casadas,
Corpo solitário e frio diante da tela de um computador,
Olhando sua esposa mártir na sua cama sofrida sem amor...
E sonhando com a jovem que lhe trás tanta dor.
Acaso acha que ela haveria de te querer?
Porque? Deixaria seu viril marido pelo o que?

O que te resta?
Se não terá o pique, o cheiro a verão antecipar sua ânsia na outra
E não terá a jovem loira que tanto deseja,
E não terá sua juventude de volta...
E fará no mundo virtual palhaçadas...
O que me garantirá boas gargalhadas...
Tenho hoje pena de você, e mais nada...

Cleide Regina Scarmelotto