O amor e as mudanças do comportamento feminino
Comportamentos amorosos e sexuais se
modificam ao longo dos anos, variam de cultura para cultura, de acordo com
influências sociais, econômicas, religiosas, morais, éticas e até científicas.
Há um questionamento sobre o que seja o amor,
e seu conceito é definido por base de várias explicações.
A psicologia utiliza entre outras formas de
compreensão, histórias mitológicas como parâmetros.
Vale ressaltar
que os mitos históricos exercem grandes influências para explicar o conceito do
amor, a psicologia, se valeu deles para demarcar diferentes trajetórias simbólicas
como parâmetros fixados a fim de explicar o desenvolvimento humano, e formação
da psique tanto individual quanto coletiva. Assim, Freud, Jung, Erich Fromm,
entre outros transformaram os mitos de lendas ou histórias em nível de uma
compreensão do inconsciente e entendimento elaborado pelos povos a fim de
solucionar os fenômenos inexplicáveis da natureza, os problemas de cunho
emocional, pessoal e cognitivo.
O mito também aufere a simbologia
dos sentimentos e atitudes inconscientes da cultura de um povo, para a
psicologia esta contribuição é impagável. Assim sendo, por esta ótica definir descrever
o significado e o caminho do desenvolvimento amoroso, por essa ótica, com a
finalidade de tornar o amor objeto de conhecimento mais profundo, no que se
refere à sua essência.
Para
Jung (1978), os mitos foram fundamentais para compreender a espécie humana,
pois através deles é que acontecem as manifestações dos arquétipos, isto é,
modelos advindos do inconsciente coletivo da humanidade que constituem a base
de formação da psique humana. Os arquétipos têm como função revelar atitudes
dos homens, dar uma significação ao mundo e à existência humana.
Neste
sentido, o Universo dos símbolos, é definido segundo Brandão (1988), se
apresentando em todas as culturas e épocas de forma idêntica. Eles possibilitam
vislumbrarmos nossa origem apenas por meio de seu significado, e, por sua vez,
facilitam a recuperação da nossa memória e, portanto, da nossa consciência e
identidade como ser humano.
Assim, as várias versões do mito de
Eros, ganhou diferentes histórias, preservando uma mesma essência, povos
antigos utilizavam várias interpretações de Eros para explicar o surgimento do
amor, contribuindo para alcance do entendimento de seus signos e parâmetros
para psique dos tempos atuais, resgatando parte da identidade em sua origem.
O amor é preponderante para o
surgimento da vida no universo, visto que apresenta grande influência sobre
todas as coisas da natureza. A energia do amor é forte e avassaladora, pois ele
é a força cósmica da multiplicação. Essa força é também responsável pela união
e ordenação das diferentes forças do universo.
Diversas interpretações discorrem
diversas histórias sobre Eros.
No período greco-romano Eros ganhou
personificação desta força e no período Alexandrino a crença em deuses perdeu
forças, mas durante todo tempo, versões diferentes, continuaram a aparecer para
compor a origem e desenvolvimento de Eros. Na mais conhecida ou popular na
civilização ocidental, segundo Brandão (1988), Eros foi concebido por Hermes e
Afrodite Urânia, a divindade dos amores etéreos. Filho da deusa do amor e da
beleza, Eros foi descrito como companheiro e auxiliar constante de sua mãe,
tendo como função realizar todos os seus desejos e pedidos. Dessa maneira, ele
se tornou um ser sem vontade própria, usado como um objeto realizador das
vinganças de Afrodite ou, simplesmente, mediador da sua diversão.
Outra versão apresenta Eros tal
qual um garotinho louro, alado e travesso. Afrodite, preocupada com seu filho
que não crescia, queixou-se e pediu orientação a Têmis, deus profético da lei
que, com sua sabedoria, esclareceu que o menino não crescia por ser uma criança
muito solitária, por não partilhar nada e por não conhecer o sentimento de
troca, nem de fraternidade. Têmis afirmou também que ele haveria de crescer se
compartilhasse seu desenvolvimento e vida com alguém. Por fim, o deus da lei
orienta Afrodite a ter mais um filho. Seguindo sua orientação, ela dá à luz
Anteros, deus do amor mútuo e compartilhado. A partir desse nascimento, Eros
passa a conviver com seu irmão, dividindo a atenção da mãe. Ao experimentar o
sentimento de cuidado e amizade para com o outro, ele começou a se desenvolver
e se tornar o deus mais belo e formoso do Olimpo.
Esta
última narrativa, deixa claro que Eros só foi capaz de amadurecer e se expandir
a partir da vivência de uma relação de troca, de atenção e cuidados, ou seja,
um relacionamento próximo e afetivo com um igual.
O
sucesso de um relacionamento, não depende apenas da essência dos sentimentos
crus e idealizados pela mitologia, pois
os parâmetros definidos pela mitologia foram citados muito antes de existir o
mundo como existe nos moldes ocidentais contemporâneos, a essência do
sentimento permanece igual, porém na sociedade capitalista de consumo, a força
do amor sofre influências sociais e políticas nos atuais moldes do qual a
materialidade é fator preponderante, assim bem como a responsabilidade com
contas de consumo, moradia, e manutenção da vida com todas as necessidades da
sociedade atual, para a existência e
continuidade do amor .
A mídia dita padrões de beleza de
quem é ou não atraente ou interessante com atributos físicos e financeiros.
No Brasil, as grandes Metrópoles aliadas à Sociedade Capitalista de
Consumo, seguem relações depois de grandes mudanças pautadas em diversos
interesses.
Os comportamentos
também sofrem grande influência da mídia, e a mídia trabalha a favor do
capitalismo, sendo contratada para manipular a massa a fim de fazer pensar ou
hipnotizar e cegar a sociedade para interesses escusos das grandes elites.
Houve um dado momento histórico, em
que grandes interesses, moveram a mulher dona de casa de seus lares, para que surgisse a mulher de classe média e de
classe média alta como mulher independente financeiramente, as mulheres
extremamente pobres sempre trabalharam desde os tempos do Brasil Colônia.
Num momento histórico de
grande expansão industrial, incentivaram a mulher de classe média e classe
média alta, não somente ter independência financeira, mas com direito ao voto, este momento de consciência
social e política abrangeu todas as camadas da estratificação social, todas
podiam votar, e muitas delas seguiam a opinião política do marido, com construção de signos que representassem esta nova mulher no Brasil.
As mídias foram desencadeadas a partir da linha de tempo
histórico-cultural, e a temática focou-se em
análise de fenômenos, ditados pelos padrões dos feminismos, com
expressões e representações próprias, incentivando a liberação da sexualidade feminina, com introdução de luta
por igualdade política, luta pelos direitos civis iguais em relação aos homens.
Os temas foram manipulados pelo capitalismo, e a devolutiva ao público feminino
leitor destas mídias todas, tiveram discursos ideológicos materializados.
Mas o que fez o capitalismo era
muito diferente dos ideais feministas legítimos, pois os mesmos se baseavam em mídia da época.
Os ideais dos quais se baseavam as
mídias interessadas em mudança de comportamento feminino, eram manipulados por
objetivos escusos capitalistas.
O engajamento da libertação feminina, veio de encontro com outros
interesses. Que seria diferente da real libertação da opressão feminina de
fato.Na inspiração da escrita do ‘Manifesto Comunista’, Marx e Engels tocaram
na questão de que as classes dominantes oprimiam as mulheres, deixandoa-as sob
insignificância de uma segunda classe de cidadania na sociedade e na família.
Sob forte análise de que o homem da
classe dominante, enxergava na esposa um mero instrumento de produção… Um
objeto criado para servir ao homem, ao lar, libertar a mulher significa acabar
com a ideia de que as mulheres sejam meros
instrumentos de produção, servidora braçal de seus homens.
Os comportamentos brasileiros foram pautados na cultura
latina, que por sinal, sofre fortes tendências ligadas aos discursos do
machismo, que impera até os dias de hoje, o que se assiste nos aspecto do que
traçam como amor, é aniquilação da verdadeira libertação feminina, moldando a
mulher para servir ao homem inferiorizando-a, sob aval do capital e seus
tentáculos opressores, fazendo a mulher almejar um casamento nos moldes que vê
na mídia, enxergando nos tipos de relação traçados na manipulação de massa, um
sinônimo de felicidade.
Nestas abordagens, deste trabalho de pesquisa, o termo
“introjetar” será mencionado, como parte de todo processo tanto de mudança
quanto de resistência.
“Introjeção”, segundo a Ciência da Psicologia,
significa um mecanismo de defesa de internalizar ideias ou comportamentos do
mundo externo para o interno, gerando o efeito de verdade no inconsciente. O mecanismo da introjeção funciona de forma a
criar pensamentos automáticos sem grandes questionamentos, a fim de que as
pessoas tomem atitudes automaticamente, uma pessoa incorpora automaticamente
dentro de sua mente uma ideia, um ideal de comportamento imposto por terceiros,
que por sua vez, adotaram automaticamente certos costumes e ideias de terceiros
também e assim sucessivamente. Ou seja, a introjeção está enraizada na parte
inconsciente da mente e toda cultura, superstição, crença, paradigmas
científicos, preconceitos e valores ficam automaticamente estabelecidos para
quem os detém. Nem sempre as pessoas questionam os valores que receberam de
seus pais, os preconceitos que aprenderam, nem sempre se rebelam. Muitas vezes,
o que fazem, é passar valores e preconceitos enraizados no inconsciente, para
seus filhos.
Estes valores podem ser
dogmas religiosos, comportamentos sexuais, controles de moralidade e muito
mais. Indivíduos que vivem sem questionar os valores citados se tornam alienados,
pois estão separados de autonomia necessária para romper com o que lhe foi
imposto a vida toda. Ao contrário destes últimos, há outra leva que se rebela
contra as introjeções percebidas no momento de sua instrução, constituem uma parte
da sociedade de indivíduos questionadores de alguns valores, estes são
reflexivos e pensantes.
Tudo aquilo que foi
introjetado na sociedade, sobre igreja, família alimenta o objetivo do Estado
autoritário, que é preservar sua
estrutura econômica através da continuidade da família patriarcal como sua
unidade social primária. Reender
Para compreensão dos
costmes sociais, é necessário compreender a origem da família, da propriedade privada e
do Estado, com fundamentos enraizados nos primórdios da história antiga e das
sociedades primitivas.
A fundamentação da família nasce a partir de um princípio
materialista, que se dá por meio de fases de desenvolvimento humano, com
progressos obtidos na produção dos meios de existência elencados ao exercícios
do poder.
A primeira fase, teve início na pré-história, conhecida como o Estado Selvagem: foi uma
fase marcada por, disputa de apropriação de território e coisas existentes na
natureza.
Depois veio a fase da Barbárie: foi um período em
que o homem se organizou mais e passou a se dedicar à criação de gado e à
agricultura, com o início do incremento da produção, a partir da natureza, pelo
trabalho humano.
Depois veio a fase da Civilização: foi um período
que se iniciou com a fundição do minério de ferro e a invenção da escrita
alfabética, a partir daí o homem ampliou
os meios de produção dos produtos naturais, com organização da indústria
propriamente dita e maior expressão da arte.
Com a evolução humana, houve caracterização de tipos
familiares e os sistemas de parentesco, suas formas de matrimônio que levaram à
formação da família, descrevendo as suas fases, bem como os modelos criados ao
longo do processo de desenvolvimento humano.
A definição de incesto é o início da formação familiar, ocorreu
no estágio primitivo, da qual as relações carnais eram reguladas por uma
promiscuidade tolerante entre pais e filhos e entre pessoas de diferentes
gerações, não havendo ainda, conceitos morais nem interdições ou barreiras
impostas pela cultura da civilização, nem relações de matrimônio ou
descendência organizadas de acordo com sistemas de parentesco culturalmente
definidos, não é possível falar em formação familiar nesse período.
Segundo Morgan, houve três estágios evolutivos com origem
na fase pré-histórica, de cultura correspondem, por sua vez, três modelos de
família.
A Família
Consanguínea, que é expressão do primeiro progresso evolutivo, ainda não uma constituição
de família, mas há um avanço evolutivo na medida em que excluem os pais e os
filhos de relações sexuais recíprocas, os grupos conjugais classificam-se por
gerações, ou seja, irmãos e irmãs são, necessariamente, marido e mulher, revelando
que a reprodução da família se dava através de relações carnais mútuas e
endógenas.
Num segundo momento, o progresso avança para a Família
Punaluana, da qual já não há prática de relações carnais entre irmãos e irmãs,
criando a categoria dos sobrinhos e sobrinhas, primos e primas, manifestando-se
como um tipo de matrimônio por grupos.o à
Nesta progressão e novo modelo de família é que foram instituídas as origens, ou seja, um círculo
fechado de parentes consanguíneos por linha feminina, que não se podem casar
uns com os outros, consolidando por meio de instituições comuns, de ordem
social e religiosa. Ampliando as proibições em relação ao casamento, tornam-se
cada vez mais impossíveis as uniões por grupos, que foram substituídas
impossíveis as uniões por grupos, que foram substituídas pela Família
Sindiásmica, com a qual já se observa o matrimônio por pares, e surge
autoritarismo machista da qual a poligamia e a infidelidade permaneçam como um
direito masculino.
Impondo às mulheres, rigorosa fidelidade, sendo o
adultério feminino cruelmente castigado.
Para Engels, a família sindiásmica foi o período evolutivo
que deu o ponta pé inicial ao desenvolvimento da Família Monogâmica. Até o
surgimento da família sindiásmica, predomina a economia doméstica comunista, na
qual há preponderância da mulher dentro da gens, não obstante já existisse a
divisão sexual do trabalho como primeira forma de divisão do trabalho.
Entretanto, quanto mais as relações perdiam seu caráter
primitivo por força do desenvolvimento das condições econômicas, tanto mais opressivas
as relações se tornaram para as mulheres, já que elas deviam ansiar pelo
matrimônio com um só homem, renunciando às disposições derivadas do matrimônio
por grupos, o que ao homem nunca foi verdadeiramente proibido. Similarmente que
o casamento por grupos é definido como pertencente ao estado selvagem, a
família sindiásmica é caracterizada no período da barbárie e a monogamia como
pertencente à civilização. Foi necessário que as mulheres passassem ao
casamento sindiásmico para que os homens encontrassem uma brecha para
finalmente introduzirem a estrita monogamia, somente para as mulheres. Assim se
realizou a regra, por que no matrimônio sindiásmico, além da verdadeira mãe,
passa a existir a figura do verdadeiro pai, este proprietário, não só apenas da
força de trabalho, mas também dos meios de produção e dos escravos. Na mesma
proporção em que o homem ganha mais poder, em função do aumento das riquezas, esta
vantagem passa a influenciar não somente
tudo à sua volta mas na ordem da herança
e da hereditariedade, provocando a abolição do direito materno em substituição
à filiação masculina e ao direito hereditário paterno.
A origem da expressão família foi pronunciada
pela primeira vez pelos romanos para designar um novo polo social, do qual o
chefe mantinha sob seu poder a mulher, os filhos e certo número de escravos,
com o pátrio poder romano e o direito sob todos eles.
O patriarcado foi o primeiro efeito do poder exclusivo
dos homens no interior da família, já entre os povos civilizados. Este
configurou um modelo familiar marcado pela passagem do matrimônio sindiásmico à
monogamia. Já a família monogâmica, que surgiu no período de transição entre a
fase média e superior da barbárie, é a marca da grande derrota histórica do sexo
feminino em todo o mundo ocasião também em que o triunfo da civilização
nascente, se ancora no predomínio masculino do qual a finalidade gire em torno
de procriar filhos cuja paternidade seja
indiscutível;
assim sendo toda organização se dá em torno da propriedade e herança, porque os filhos, na qualidade de
herdeiros diretos, entrarão na posse dos bens de seu pai, a partir daí há de se
granjear laços conjugais muito mais sólidos, dando aval somente ao homem
rompê-los, a quem igualmente se concede o direito à infidelidade. Nesta ordem à
mulher, exige-se que guarde uma castidade e fidelidade conjugal rigorosa,
todavia, para o homem não representa mais que a mãe de seus filhos. A monogamia
aparece na história sob a forma de escravização de um sexo pelo outro.
A monogamia,
portanto, em hipótese alguma pode ser considerada, fruto do amor sexual
individual, pois suas bases não se originam da natureza humana oriunda e crua,
mas seus intentos sempre foram econômicos, isto é, nada mais do que a soberania
da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva. Além do mais a antiga
liberdade sexual praticada em outros momentos históricos não deixou de existir
com o matrimônio sindiásmico e nem com a monogamia.
Morgan chama atenção para as relações extraconjugais denominado por ele de
heterismo, de homens com mulheres não casadas, relações que sempre ocorreram de
diversas maneiras, durante o processo consolidado da civilização, trazendo a
prostituição. Além do heterismo e da prostituição, outras camuflagens sob o
manto da monogamia como por exemplo o adultério, demonstrando de que o
progresso manifestado nessa sucessão de matrimônios, cuja expressão máxima é a
monogamia, consiste no fato de que se foi tirando, cada vez mais, das mulheres,
a liberdade sexual do matrimônio por grupos.
A monogamia, portanto se originou da concentração de
riquezas, simbolizando, na relação monogâmica feminina, a propriedade privada, a
partir do momento em que os meios de produção se tornassem propriedade comum, a
existência família individual deixaria de ser a unidade econômica da sociedade
e, consequentemente, o fim da propriedade privada coincidiria com a com a libertação sexual da mulher. Para
Engels, o matrimônio, pois, só se realizará com toda a liberdade quando,
suprimidas a produção capitalista e as condições de propriedade criadas por
ela, forem removidas todas as considerações econômicas acessórias que ainda
exercem uma influência tão poderosa na escolha dos esposos. Então, o matrimônio
já não terá outra causa determinante que não a inclinação recíproca.
O Estado foi criado para assegurar a propriedade da
terra, que foi a principal riqueza conhecida até o aparecimento do capitalismo
moderno. A desigualdade social,
decorrente da divisão social do trabalho, do surgimento da moeda e da usura,
proporcionou a concentração da propriedade do solo nas mãos de uma minoria, que
passou a exercer o controle cada vez maior sobre os meios de produção. Surgiram
novos institutos, como os grandes latifúndios, a hipoteca e a disponibilidade
dos bens imóveis. A nova sociedade, decorrente dessas condições econômicas,
dividiu-se em homens livres e escravos, em exploradores ricos e explorados
pobres. A figura do Estado, destinado a suprimir as lutas de classe e que,
embora nascido com o propósito de conter os antagonismos sociais, converte-se
em instrumento de exploração e de opressão da classe economicamente dominante.
Ao Estado se incumbe a promoção dos homens e das
mulheres; de realizar ações voltadas para uma crescente melhoria da qualidade
de vida, suprimindo as desigualdades por meio de de políticas públicas a fim de
combater a exclusão auxiliando os prejudicados de maneira plena na sociedade
com o desenvolvimento da cidadania.
Segundo Reich, a família é essencial
à estrutura econômica do capitalismo pois ela beneficia o capitalista assim
como o preserva até a geração seguinte, acumulando capital e bens. O objetivo
posterior é alcançado pela supressão da atração sexual infantil pelos pais,
produzindo, por conseguinte, uma união reprimida à unidade familiar. Como constructo
de socialização, a família representa, para o sujeito, um espaço para
construção da identidade onde as primeiras noções de socialização são
introduzidas, no que tange as vivências de uma sociedade ocidental,
contemporânea, a família tem apresentando novos modelos de contingentes, e de
forma rápida, assume novas configurações, suscitando novas relações entre pais,
mães e seus filhos. Não raro, encontramos cada vez mais filhos crescendo com
pouco ou até mesmo nenhum tipo de contato com seus pais biológicos.
A criança ambiciona
relações familiares e imita o ascendente do mesmo sexo na criação da sua
própria família. Ao
consultar livros e artigos, foi possível fazer, construção sócio-histórica do
papel do pai na família, fazendo a consideração de presenças e ausências, da
figura parental paterna na vida familiar, como também, a influência desta
ausência alternada ao uso abusivo de álcool na fase adulta. Podemos afirmar
que, o pai emerge como primordial no desenvolvimento da criança e, quando esse
se torna ausente, tal ausência pode fazer com que a criança não consiga
estabelecer vínculos afetivos e que, vazio deixado no lugar desta, torne a
criança um adulto que busque o abuso de álcool, sexo, drogas, comida, ou
qualquer outra compulsão na vida adulta.
Antes, o mundo
capitalista tirava proveito da unidade econômica da família por causa da
dominação econômica do marido sobre a esposa, que era dependente dele e
trabalhava em casa sem salário. Isto permitia ao empregador do marido lhe pagar
um salário menor pois o empregador não precisava levar em conta o custo que o
marido teria para pagar uma doméstica ou babá ou creche. Esta falta de salário
extra para o trabalho feminino tradicional e educação das crianças encorajava a
mulher a ser econômica, ao passo que permitia ao empregador ter mais capital
para si próprio. O marido também tirava proveito pois ele tinha em casa o poder
e autoridade que não necessariamente tinha no trabalho.Porém este modelo
familiar permitia mais convivência com os filhos.
No prefácio da edição de
1945, Reich afirmava que nossa estrutura familiar ocidental foi herdada da
antiga estrutura patriarcal.Fraenkel (1992) percebe que a suposta
"revolução sexual", alegada para o ocidente desde o final dos anos
60, é uma impropriedade, pois o sexo não é realmente aproveitado livremente,
isto é comprovado em todos os campos culturais.
Neste sentido a fim de
deslocar-mos daquilo que seria a liberação sexual real da mulher, nós somos
obrigados a modificar nossa estrutura mental e nossa inibição moral. Ao
inverso, a moral judaico-cristã ainda permanece e pequenas mudanças sociais são
exageradas pois são vistas sob foco. Inclusive muitos que se declaram ateus
simplesmente secularizaram e introjetam os mesmos antigos preceitos morais da
cultura judaico-cristã.
A manipulação de massa, fazia a população
seguir um padrão para ser copiado e vivido, visto que o casamento e a família
burguesa apareceu sempre na mídia como
sinônimo de felicidade.
É
comum na infância, assentir introjeções, tomar por verdadeiro tudo que pais,
tios, avós e irmãos mais velhos falam e seguir a vida toda com tais preceitos
como efeito de verdade automática que eclode no dia a dia.
Novas
linguagens para os velhos comportamentos vão sendo inseridas como herança de
geração passada a geração futura. Aquelas ideias da geração passada ainda que
não se admita, estarão presentes no inconsciente da nova geração. E o modelo
imposto é sempre buscado nas relações reais.
Nos
anos 60, quando houve uma grande revolução no comportamento sexual, ainda havia
até mesmo dentre os revolucionários, pessoas com ideias tão introjetadas das
gerações passadas, que mesmo com a nova gama de ideias ancoradas na descoberta
da pílula anticoncepcional e nos movimentos feministas, no que se referia ao
casamento (por mais que homens se comportassem com diversas namoradas de forma
aberta), quando iam se casar, buscavam uma mulher virgem.
O fato é que a humanidade ocidental carrega
de modo automático, valores dos quais não se questiona, sem pensar também na
extensão de enraizamentos de ideias e ideais dos quais ninguém pediu, porém que
exercem sim grande influência no comportamento e no relacionamento afetivo,
principalmente. Trazendo sequelas tais como, frustrações, medos e culpas.
Não é tão fácil se livrar destes valores
disparadores de comportamentos. Eles perseguem por meios subliminares, e assim,
é que pode se afirmar que certas atitudes são inconscientes porque nem tudo o
que se faz no relacionamento afetivo é realizado racionalmente.
A
sociedade reacionária, machista e moralista oprimia as pessoas do século
passado, a ponto de influenciar negativamente os dias contemporâneos, a mulher
era tão reprimida sexualmente e tão condicionada que ficava engessada na
infelicidade, sem identidade ou aprendendo a mentir para formar uma identidade
oculta.
Há
relatos de indivíduos, por volta dos anos 40, que realizavam o casamento de
suas filhas na polícia, posto que elas mantiveram relações sexuais antes do
tempo aceitável (período nupcial). A maior parte do namoro era supervisionado pela
presença de um familiar na sala, onde estava o casal. Estes costumes não
impediam o casal de elaborar meios de
fuga e ter encontros mais íntimos se quisessem antes de casar. Muitas mulheres
dos anos 40, praticavam sexo anal com os
noivos a fim de preservar a virgindade, e
satisfazer sexualmente ao noivo e caso o noivado não desse certo, esta continuava
“virgem”.
Entre
nos anos 40,50, 60,70,80 se o sexo acontecesse antes do casamento mesmo que não
ocorresse gravidez, o rapaz era obrigado, pelos costumes sociais, a casar-se
com a moça, este costume foi enfraquecendo de 1984 em diante, visto que havia o
mundo epidemia de Aids (Síndrome da Deficiência Adquirida), e o povo passou a
se preocupar mais com a saúde do que com moralidade dentro de atos sexuais. Na
metade dos anos 80, ter relações sexuais sem proteção tornou-se um perigo
eminente, e contrair HIV, era como receber uma sentença de morte. E muitas mães
solteiras ouviam em casa, a frase “Filho a gente cria, mas Aids mata” ou “graças
à Deus foi apenas uma gravidez e não uma doença”.
Uma
minoria de mulheres jovens, em todos os séculos fugia aos padrões da época, sucumbindo aos desejos
sexuais.
Antigamente
no auge do machismo, os homens não se preocupavam com o prazer da parceira, da
qual eles se serviam. Era muito comum acreditar naquele tempo que perdurou por
décadas, que os homens, somente eles, precisavam de sexo, as mulheres só
precisavam de proteção, de serem sustentadas e de amor. A sociedade sujeitou a
mulher a um regime de exclusão.Mulheres que assumiam necessidade de sexo eram
denominadas de histéricas, ninfomaníacas
e diagnósticos doentios. As mães machistas ensinavam para as filhas que os
homens precisavam ejacular e que faziam mal a eles “coitadinhos” conter os
espermas (o que pode ser considerado um mito, pois o organismo reabsorve os
espermas não ejaculados).Nunca as mães diziam que a mulher precisava
descarregar a tensão sexual através de sexo, e curioso que a maioria não diz às
filhas mulheres isto até os dias contemporâneos.
Assim,
muitas mulheres machistas e submissas educavam as outras mulheres, que o certo
era esperar o casamento para ter relações sexuais, encaravam com naturalidade o
fato de o homem procurar a meretriz.
Quanto
mais conhecimento homens e mulheres tiverem, melhor será para escolherem a
companhia ideal para o amor e sexo.As mulheres antigas eram obrigadas a
suportar as traições e escapadelas de seus maridos, pois casamento era semelhante
à profissão, um meio de vida no qual a mulher se garantia em relação à
solicitude da vida. As atuais não tem suportado isso, mas ainda são resistentes
à separação.
As
mulheres lutaram por muitos anos por mudanças destes comportamentos que davam
aval ao homem para expressar suas necessidades sexuais como bem entendessem. Já
a mulher tinha de esperar uma vida inteira para ter relações sexuais somente
com o marido, a ideia de que sexo era algo proibido problematizava a vida
sexual da mulher.
Os
homens eram responsáveis pelos proventos do lar e as mulheres pela organização,
limpeza, educação dos filhos e controle de tudo o que ocorria no âmbito
doméstico.
Muitas
iam para noite de núpcias desinformadas em relação ao sexo, e muitas eram
completamente alheias à informação de como sentir prazer, pois o prazer era
algo reservado ao homem e ele sabia muito bem como senti-lo, pouco sabia o
homem sobre o corpo feminino e as diferenças de corpos cavernosos de pênis para
vagina, muitas práticas em casais casados eram “tabus” o que limitava a vida
intima de ambos a uma prática sexual bastante rotineira e maçante.
Não
era comum ser mãe solteira, quando havia uma, esta era discriminada e
apedrejada.
Naquele
tempo, o preconceito era evidente, quando havia crianças, filhas tanto de
adultério quanto de mãe-solteira, estas sofriam pesada discriminação, eram
denominadas de “bastardas” e rejeitadas, viviam à margem da sociedade. Por
outro lado isto tudo gerou uma grande dificuldade de encarar os fatos com
naturalidade e definição melhor de vida.
E de
tanto proibir, rotular, retaliar, a sociedade criou gerações de pais e filhos
que ainda não sabem dialogar com naturalidade sobre sexo. Entre a modernidade e
o comportamento oriundo de uma geração passada que tanto adorava a preservação
do moralismo e falso pudor, há um abismo tão profundo que caminha cada vez mais
para sujeições a outros discursos, como comportamentos interesseiros e sem o
sentimento nobre do amor. No fundo tudo gira em torno do capital e da
propriedade privada.
Hoje
no século XXI as políticas neoliberais trouxeram um desemprego monstruoso e as
mulheres já estão sendo educadas para ter uma profissão e não simplesmente para
se casarem, pouco se vê meninas de quatorze anos contando com um casamento como
meio de sobrevivência como ra comum em 1940.
Com jovem
se relacionando sexualmente antes do casamento, desemprego e fome, como e por
que haver casamento?
Do ano
1983 ao ano de 2005, observou-se na sociedade, o nascer de crianças fora do
casamento.
Emprego,
educação, moradia, alimentação e vestuários etc. são preocupações de todas as
classes sociais e as dificuldades e burocracias são tantas, que os casais
esqueceram a velha virgindade numa gaveta do passado. Pois é mais cômodo para
casais de namorados se relacionarem intimamente quando bem quiserem, sem tantos
compromissos de manter um lar, do que assumir tanta responsabilidade.
Responsabilidades
estão sendo considerados ideais inadequados aos jovens atuais, que mantém suas
adolescências esticadas até os trinta anos ou mais, o medo de assumir
compromisso é algo que predomina devido às dificuldades enfrentadas nos atuais
dias, contudo, alguns jovens ainda se casam e quando querem se casar se
perguntam:
“Como
saber se o que sinto é amor a ponto de me casar?”
Se
esta pergunta tivesse sido feita em 1962 a uma jovem namorada prestes a ficar
noiva e se casar, seria fácil mostrar a ela o que fazer, pois era simples, dar
um passo para o casamento significava não ter mais volta, e se ela pensasse no
casamento com a probabilidade de separar, a pergunta estava respondida, pois
quem amava se via ao lado daquela pessoa para o resto da vida, e se pensasse na
possibilidade de separar é porque não amava o suficiente.
Mas
nos anos 2000 é possível basear-se no discurso do amor eterno para construir um
casamento? É justo dizer que, quem pensa em casar-se pensando na probabilidade
de se separar, não ama?
No
tempo do namoro, noivado, casamento era tudo mais definido e como adequar este
termo “amor” nos tempos presentes?
A
verdade é que o discurso do amor, é, foi e talvez sempre seja o discurso de um
sentimento muito valioso que não tem a menor obrigação de durar para sempre.
Seria
utopia imaginar a capacidade de amar somente uma pessoa para sempre.
Mas o
grande detalhe é que quando se ama e se relaciona com uma pessoa, independente
de ser nos anos 2000 ou no ano de 1900, há um grande prazer na sua companhia e
se vê com ela por toda uma vida.
Não se
deseja viver com outra pessoa, mesmo que esta outra seja uma pessoa muito boa.
Quando
se enxerga dentro e fora do casamento ao mesmo tempo, há um sinalizador de que
este sentimento chamado amor pelo seu par, não está cem por cento dentro de
você.
Achar
que pode mudar de cônjuge quando bem lhe convier é não estar certo de que
encontrou a pessoa certa e está se acomodando com a pessoa errada.
O sentimento
do amor conduz ao discurso de ver o outro exatamente como ele é.
A
paixão oculta quem é o outro, a paixão é nada mais nada menos, que uma projeção
do que você gostaria que o outro fosse.
Na
paixão, o individuo cria uma imagem do outro e adora ardentemente aquela imagem
criada. Fica encantado e feliz achando o outro perfeito. No amor se visualiza o
defeito do outro, ainda assim investe-se na relação, com o intuito de
permanecerem juntos.
Quando
se ama não se consegue ver a nossa vida sem a presença da outra pessoa.Não é
correto pensar que na primeira dificuldade se vai abandonar “o barco”, como não
era sinal de amor pensar em se desfazer da união logo na primeira dificuldade,
porém é possível hoje aceitar que o amor se extingue e se transforma às vezes
em amizade e às vezes em inimizade, hoje temos plena consciência de que este
sentimento se acaba, mesmo que haja investimento na relação e que se trabalhe a
relação, ainda assim o amor não está isento de se acabar.
Comportamentos
amorosos e sexuais em regiões onde imperava a miséria e a fome, não foi
mencionado, pois requer estudos profundos de economia e sociologia. Em lugares
de seca do nordeste, por exemplo, e lugares de escassez de viveres, os
comportamentos eram bem diferentes, e não foram levantados dados para a complementar esta pesquisa.
Na
realidade quanto mais relações sexuais um casal tiver, mais prazer alcançará.
Ter relações extraconjugais não é garantia de que haverá mais prazer do que se
há com cônjuge.
Mas
existem hoje escolhas que as pessoas fazem e que devem ser respeitadas.
O
ideal é casar-se após a paixão passar e quando vier o verdadeiro amor. E assim
sendo, é necessário saber diferenciar a paixão do amor, pois são sim
sentimentos bem diferentes.
A
euforia e o estado de graça e prazer deliberado que ocasiona a paixão é uma
química que certamente desaparecerá rápido, uma ilusão que caminhará para desilusão!
Se o
casal não enxergar a tempo quem são realmente, sem máscaras ou enfeites, sem
ilusões e traçar o que desejam da vida.
O amor
é um sentimento de querer muito bem.
Consciente
da realidade do que é o outro, é sentimento tranquilo, seguro, fiel e
amadurecido, de confiança mútua, amizade e cumplicidade, admiração e respeito,
carinho e desejo de sexo, companheirismo e colaboração, consciência e presença
de espírito, tolerância e resignação: às vezes renúncia de algo que possa
abalar a harmonia da relação, fazer concessões, perdoar, prosseguir, defender,
delegar, compreender, abraçar, ouvir, ajudar, se você sente tudo isto pelo outro
individuo.
Mas
tudo mudou com o passar do tempo no que se refere a comportamento. A princípio
quem mais se propôs a mudar foi a mulher. O homem resiste para que o machismo
impere, e que a mulher o sirva.
Um
relacionamento bem sucedido pode estar baseado no aprendizado de homem e
mulher, eles precisam aprender a serem bem mais amigos, companheiros e bem menos
concorrentes.
O
homem faz confusão acerca do papel imposto a ele, pois se depara com a mulher
desempenhando o papel de ambos.
É
necessário aproveitar a emancipação sem concorrer.
Na
mudança de século para século, muitas mudanças foram feitas, porém nunca se
soube que a mulher teve alguma oportunidade desde o nascimento, de encarar o
desejo sexual com tanta naturalidade que o homem encara, com o aval de todos.
A
mulher ainda é educada para esperar e somente ter relações sexuais com amor.
O
menino cresce com aquela obrigação imposta de ser macho e de “comparecer” às
mulheres quando for solicitado.
Esta
obrigação imposta não oferece ao menino escolhas na vida, ensina o garoto a não
desenvolver a afetividade pelo sexo feminino o que gera prejuízo para os
relacionamentos diversos.
Se os
homens fossem educados também para o amor sem o peso do preconceito, os casais
seriam mais felizes! Se as meninas tivessem acesso à sexualidade com mais
naturalidade e mais cedo possível aprendessem a sentir prazer sem culpa, não
teríamos no mundo tantas mulheres que já são mães e não sabem até hoje o que é
um maravilhoso orgasmo!
Parece
que o mundo mudou muito, porém o que ocorre no mundo atual é uma gama de
fantasmas do passado entrando em conflito com os anseios presentes.
A
hipocrisia ainda existe e há preconceitos dominando toda a sociedade, os velhos
preconceitos e os novos, valores velhos e novos, minando a psique humana num
misto de pessoas que preservam sentimentos e pessoas que tem ausência deles se
relacionando de forma interesseira.
O
homem nunca teve problemas em sentir desejo sexual, pelo contrário, era
incentivado a sentir e procurar mulher o quanto antes! Então porque ele se
incomodaria em fazer grandes mudanças?
Ao
longo do desenvolvimento das crianças, as naturais fases da vida, aproximam ou
afastam os sexos opostos.
Quando
crianças, por volta dos seis anos, meninos repudiam as meninas e vice-versa,
consideram a garota chata, boba etc... E as meninas também assim fazem, no
geral é assim que se comportam, com esta idade e às vezes alternam este
comportamento com entrosamento em brincadeiras competitivas num intuito de
medir quem é ou não mais esperto.
Nesta
fase, caso a nossa mãe nos coloque ao lado de alguém do sexo oposto,
protestamos, afinal estamos numa fase onde só desejamos estar compartilhando
brincadeiras com pessoas do mesmo sexo, nesta fase cultiva-se a ideia de que
estar ao lado do sexo oposto, é algo extremamente ridículo, sendo assim,
armazenamos em nosso inconsciente esta impressão para o resto de nossas vidas.
Mas na
adolescência, surge a necessidade do sexo oposto e rapazes e moças se envolvem
uns com os outros, esquecendo o que havia na infância.
Quem
não está apaixonado e lê uma carta de amor acha ridículo, assim como poesias
românticas e comportamentos apaixonados. A razão de ser de tudo é que a
sociedade não consegue viver sem o sentimento do amor e não consegue viver com
ele também, tachando-o de ridículo, (principalmente se quem sente o amor é o
homem que é criado para ser mais sexualizado do que sentimental).
Os
pais querem ver o filho homem variar, apregoam que o homem é mais imaturo que a
mulher, retardando a ideia de compromisso para o mais tarde possível, encarando
com a mais pura naturalidade de que homem precisa conhecer muitas parceiras
sexuais.
Muitas
vezes o rapaz não está preparado para o sexo, e se sente mais seguro com uma
única parceira, isto é visto com maus olhos pelos pais não religiosos quando o
rapaz ainda é um adolescente.
Em
contrapartida nos anos 2000 observou-se grande mudança de comportamento nas
pessoas, as pesquisas revelaram que os “machões” estão em crise, o homem de
hoje sente necessidade de romper a barreira criada com o emocional, e gerar um
certo desbloqueio com o emocional.
Admitir
emoções como as do amor pode parecer coisa de fraco, coisa de mulher, então não
é tão simples assim falar de amor quando nos referimos aos homens, pois quando
eles se veem diante desta emoção, tornam-se relutantes.
Hoje
muitos casais dividem as tarefas no lar, e a dupla jornada também se estende ao
homem.
Muito se observa na mulher moderna a ser infeliz com seu
homem acusando-o de ser agressivo, mole, insensível, machista, parecido demais
com menininho, fraco, violento e obcecado
demais pelo sexo.
O homem muitas vezes está tentando
ser o oposto disto mas se depara com o
problema: o ser humano evolui, porém, os valores introjetados desde
a mais tenra idade, são valores difíceis de dissipar por completo, mas com um
pouco de esforço é possível modificar as ações e o meio em que se vive sendo
ele também modificado por ele.
A realidade é que pouco mais que um quarto das famílias
brasileiras possuem como chefe de família, uma mulher com todo direito ao
prazer e sem dependência de um homem para pagar suas contas.
Esta mudança foi um grande feito da mulher, embora não
seja a totalidade, há de gerar certa tendência ao crescimento de mulheres
chefes de família.
Ora, assim sendo, o homem ainda continua se sentindo na
obrigação de pagar as contas e ser o provedor do lar, porém muitos aceitam
tarefas domésticas (não são todos) e outros aceitam até mesmo de serem “donos
de casa”, enquanto a mulher coloca dinheiro dentro de casa.
Não é
tarefa fácil passar do período de namoro para o casamento pois o “luar de” ter
prazer sexual “sem grandes responsabilidades” se transformou em uma nebulosa
dúvida de sentimentos, formou-se um abismo ao deparo da convivência, o outro
não é bem aquilo que parecia ser...
Vamos
denominar de João e Maria o exemplo do casal abaixo:
A
sociedade cobra antigos valores como homem provedor e mulher dona de casa.
Além
de pequenas introjeções machistas, há pequenas e velhas introjeções, que quando
levadas a extremo são capazes de aniquilar a vida das pessoas. Como no exemplo
de Karen que vivia no interior de São
Paulo desde a mais tenra idade, sua mãe, a igreja local que frequentava, a
sociedade, os programas de televisão, as novelas, as revistas femininas
ensinaram que o certo seria casar-se virgem e se arrumasse filho sem casar que
era errado ser mãe solteira, que se o namorado a engravidasse, ambos teriam de
se casar.
Karen
arrumou um namorado, o José.
José com o passar do tempo convenceu Karen a ter relações
sexuais com ele, se acontecesse de ela engravidar, ambos se casariam, ela foi
confiando na sorte que nunca engravidaria, nunca tomou precaução achava que se
o fizesse, o médico da cidade iria pensar mal dela, achou Victor gostava de
Karen, porém Karen gostava de José. Karen agora, já “tinha perdido a virgindade
com ele” e não podia mais dar oportunidade a Victor que não sabia que Karen não
era mais virgem. E este fator da virgindade Karen levava a sério, pensando que
o homem que iniciou sua vida sexual seria para vida toda. Aconteceu o que Karen
mais temia!
Engravidou!
José fugiu para
outra cidade somente para não se casar.
Victor soube que Karen estava grávida e se propôs a
assumir a criança quando nascesse, ninguém precisava saber que era de José.
Karen aceitou a proposta, se casou com Victor sem gostar,
somente para não ficar mãe solteira.
Victor após três anos de casado, envolveu-se em vício de
drogas e álcool e começou a fantasiar em seus delírios de alcoólatra que a
cidade toda o considerava um “corno” (homem traído) e andava pelas ruas com
raiva de tudo e de todos.
Até que depois de brigas violentas, decidiu matar Karen e
o filho João Victor de três anos!
E com uma arma de fogo matou mãe e filho, dando fim à sua
própria vida depois.
Se os valores que eles carregavam, não fossem tão
fluentes, Karen não teria casado sem gostar de Victor, ao contrário, teria
assumido querer ter vida sexual com o namorado e teria tomado cuidado para não
engravidar, se Victor não achasse tão importante a moça ser de um rapaz só, não
teria “pirado” a ponto de exterminar com a vida da esposa e do enteado.
Histórias como estas são comuns!
Muitos já viram em sua própria casa ou na família do
vizinho ou na imprensa marrom! Que tanto explora estórias como estas.
Assim é que muitas pessoas tomam decisões na vida em
relação ao casamento que prejudicam uma ou mais vidas, pois se casaram baseadas
nestes valores que em nada contribuem para o melhoramento da vida e da
sociedade. Amor, entendimento sexual, situação financeira independente deveriam
ser os fatores motivadores de união para a maioria dos casais. Quantas pessoas se veem
infelizes por terem se casado por uma gestação adiantada, pelo dinheiro de um
dos cônjuges, pela vida sexual que levam e já acham que se amam o suficiente
para ficarem casados, e não é bem assim, é preciso muito mais do que um fator
preponderante para o casamento.
É preciso mais que estes valores que há muito estão no
inconsciente coletivo, porém poucos questionam se realmente estes valores
servem mesmo para suas vidas!
É possível que alguém questione se estes valores como virgindade,
se existem mesmo.
Não com a frequência de antes, mas em tempos atuais
algumas pessoas se acham obrigadas a ficar com um parceiro somente por que
tiveram sexo com ele, ainda há preconceito na raiz do inconsciente coletivo e
quanto menos consciência, mais valores antigos se encontram na raiz de uma
mente humana.
Concluindo a gama de ideias aqui proferidas, podemos
afirmar que as revoluções feministas trouxeram um novo lugar ao sol às mulheres
e os homens continuaram em seus papéis, sem perceber a sombra que se formava em
cima destes papéis e que precisavam e precisam aprender a protestar um lugar
junto ao sol também!
A cultura se empenha em garantir a virilidade do homem,
esperando que ele se torne herói, o príncipe encantado que irá salvar a menina,
que por sua vez é preparada para essa espera.
Se retrocedermos um pouco na fase infantil, veremos que o
sexo masculino cresceu ouvindo que os homens são os mais fortes e as mulheres
as mais fracas.
Neste contexto, atividades femininas são vistas por eles
como secundárias e de menor importância. Precisando estes detestá-las por serem
elementos contrários à sua masculinidade. Isto responde a tantos problemas
relacionados aos casais, que um dia foram crianças.
Meninos sofrem brutal repreensão se quiserem brincar com
brinquedos de meninas.
À menina é ensinado a
diferença entre feminilidade e masculinidade e ao menino é ensinado a diferença
entre masculinidade e homossexualidade. A agressividade dos
meninos chega a ser cultuada por alguns pais como um caminho para sua condição
de superioridade. E é exatamente esta cultura
que origina grande problemas de relacionamentos entre homens e mulheres.
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